Como enfrentar o desafio diário da maternidade sem esquecer-se de cuidar de você?
Ser mãe é um presente divino que só as mulheres podem experimentar. Mas também somente elas podem sentir a exaustão física e emocional que isso ocasiona.
Não me entenda mal, o pai certamente tem seu papel na história. Ele também se cansa com as tarefas e responsabilidades que um filho traz.
Mas podemos dizer que são as mães que ‘sofrem’ o maior impacto. São elas que veem os seus corpos modificados desde o início da gravidez até depois de seus filhos nascerem. São elas que amamentam. São elas que passam pelo processo cirúrgico do parto: sendo ele natural ou não, há mudanças que ocorrem de qualquer forma. E, principalmente, são elas que são silenciosamente julgadas, pela sociedade e/ou por si mesmas, por não estarem lindas, maquiadas e bem-vestidas.
E não são somente as ‘novas mães’ que passam por essas dificuldades. Mãe é sempre mãe, não importando se seus filhos são bebês, crianças, adolescentes ou adultos. Eles nunca deixam de serem filhos, e, muitas vezes, voltar a se ver como mulher é um desafio.
Como ter equilíbrio? Como manter a autoestima? Como separar essas duas realidades de mãe/mulher para que uma não prejudique a outra?
Para responder a estas perguntas, a Millenium entrevistou 03 mães:
- Aline da Cunha Carvalho, que tem 26 anos e é mãe da Alice, de 07 anos. É casada e mora em São Leopoldo.
- Luciane Raquel Simon da Silva, de 30 anos, casada, e mãe da Lívia, de 02 meses, moradora de Estância Velha.
- Cristina Beatriz Zilch, casada, 58 anos, reside em São Leopoldo e é mãe da Mônia, de 30 anos, e da Evlyn, de 26.
Confira a entrevista a seguir.
Você se sentia preparada para ser mãe? Estava esperando ou foi repentino? Com que idade engravidou pela primeira vez?
Aline: Não me sentia preparada, foi uma surpresa que deu medo no começo, mas depois vi como a experiência mais linda que eu iria vivenciar, tinha 20 anos.
Luciane: O desejo de ser mãe estava presente desde que casei, mas somente após 10 anos de casada meu esposo e eu resolvemos encomendar nosso herdeiro. Então neste tempo de espera e amadurecimento como mulher fui me sentindo cada dia mais preparada para ser mãe e enfrentar os desafios e felicidades que sabia que viriam. Engravidei com 29 anos e tive um aborto espontâneo, mas logo após Deus nos abençoou novamente com a Lívia.
Cristina: Minha primeira gravidez foi repentina, uma surpresa! Mas fiquei muito feliz. Me senti preparada, pois já não era mais uma menina (tinha 27 anos), apesar de não ter sido planejado.
Você se considera uma mulher vaidosa (no bom sentido da palavra)? Conte-nos um pouco sobre como eram seus hábitos estéticos antes de ser mãe (se usava maquiagem, trocava de roupa para sair de casa, ia ao salão, acompanhava conteúdos de beleza na internet, etc.). Isto mudou agora que é mãe?
Aline: Sempre fui vaidosa, mas não de forma exagerada. Quando tenho vontade, me maquio; mas, se acordo em um dia em que não esteja a fim de me maquiar, simplesmente saio de casa. Quanto à roupa, gosto de me arrumar, mas também de me sentir confortável. Isso não mudou agora que sou mãe.
Luciane: Não me considero uma pessoa muito vaidosa. Na verdade, admiro muito as mulheres que são, pois afinal de contas, ser vaidosa dá trabalho, requer um pouco de dinheiro 🙂 e tempo para se arrumar e pesquisar um pouco sobre as novas tendências. Tenho o hábito de fazer as unhas no salão, mas confesso que já cortei muitas vezes meu próprio cabelo! Gosto de me maquiar e não costumo sair de casa sem arrumar o cabelo e fazer uma make simples, mesmo agora depois de mãe. Já passei até rímel com a Lívia no colo! Não é fácil conciliar a maternidade com as tarefas costumeiras do dia a dia afinal os bebes requerem atenção total nos primeiros meses de vida. Mas a gente aprende, se vira, arranja outros métodos e acaba se adaptando.
Cristina: Posso dizer que sou vaidosa e sempre me cuidei. Gostava de me maquiar diariamente e usava salto alto todos os dias! Não sabia usar tênis, só depois que minhas filhas nasceram. Depois da maternidade aprendi também a usar salto baixo. No início, foi difícil. Quando o bebê é pequeno, precisa de muitos cuidados o tempo todo. Neste período o bebê exige muito da gente, não sobra muito tempo pra gastar consigo mesma. Mas, com o crescimento da minha filha (a primeira, no caso) as coisas foram se encaixando. Apesar da dificuldade, procurei nunca deixar de me cuidar, de cuidar ao menos do cabelo e da maquiagem. Uma coisa que eu sentia muita falta era ter tempo para ler, para fazer coisas que eu gostava.
Hoje, em qualquer lugar que eu vou, sempre me arrumo um pouco, nunca saio de qualquer jeito, mesmo que seja para ir à padaria. Troco de roupa e no mínimo passo um batom. Nunca saio de casa sem batom e sem brinco. Pra mim essas coisas são muito importantes. Nem todas as mulheres tem isso, mas eu carrego isso comigo uma vida inteira. Não saio de qualquer jeito de casa.
Com relação à sua autoestima, como foi o período de gestação? Você se sentia bonita? Ficava preocupada com as mudanças no seu corpo?
Aline: Não me sentia bonita, o aumento do peso e estrias que ganhei no corpo sempre incomodaram. Carrego até hoje as marcas da gravidez, mas quando olho para minha filha, esqueço-me de todas elas e penso que tudo valeu à pena.
Luciane: Sim! Me sentia linda! A gestação é um período mágico, não tem como explicar a sensação de saber que carregamos um ser dentro de nós! Tudo o que eu mais queria é que aparecesse logo o barrigão.
Cristina: Nas duas gravidezes, eu me achava linda! Eram mudanças maravilhosas pra mim, e eu me senti realizada. Não me preocupei se eu estava engordando, isso não era de primeira importância pra mim. Curti muito o período da gravidez em si, de cada mês ir acompanhando a evolução do bebê. Mas também cuidava pra não comer tudo que eu quisesse. E eu sempre fiz caminhadas e ginástica, mesmo grávida. As mudanças não me traziam muita preocupação. Depois que minhas filhas nasceram eu não tive dificuldades em perder peso.
Houve algum momento da sua jornada como mãe que você achou mais difícil cuidar da aparência? Você sofreu por causa disso?
Aline: Sim, nos primeiros meses em que a Alice nasceu eu não conseguia me arrumar, ficava bastante tempo em casa, tinha uma baixa autoestima. Sofri muito com isso, e meu casamento teve períodos bem conturbados, pois me sentia sem confiança e isso acabava afetando minha relação.
Luciane: Minha jornada como mãe ainda é muito curta, são apenas dois meses. Neste período usei muito pijama, de dia e à noite, as olheiras apareceram e o coque no cabelo era o penteado mais usado. Contudo, esta é uma fase que precisou ser vivida, precisei me reabilitar de uma cesariana, aprender a amamentar e usar roupas que facilitariam este momento e hoje vejo o quanto venci cada etapa e cada fase que foi colocada diante de mim. Tive e tenho muito apoio de meu esposo e família e tenho certeza que isso fez a diferença para que pudesse me sentir segura, linda e amada neste caminho que está apenas começando.
Cristina: Sim, na adolescência das minhas filhas. Neste período eu deixei de me cuidar, pois queria cuidar da aparência delas, ajuda-las nessa fase, investindo em roupas e maquiagens, por exemplo. Até tive salão de beleza por um tempo, mas ainda assim vieram momentos bem tempestuosos nos quais eu nem tinha vontade de me cuidar.
Minhas filhas tiveram momentos difíceis na adolescência e isso me afetou muito. Eu não quis cuidar de mim. Foi um tempo que eu não olhei mais pra mim. Comecei a engordar, por problemas emocionais e de saúde na família. Isso durou cerca de 4 anos, nos quais eu deixei de olhar pra mim como mulher. Eu não tinha mais nem espelho no meu quarto, não me olhava no espelho. Isso é uma coisa muito séria para a mulher, quando a gente não se olha mais no espelho. Nem quer se olhar. É a pior coisa. Depois disso, aí que eu vi o quanto o meu corpo e aparência se modificaram, então eu quis resgatar a vontade de ser mulher de novo, de ser feminina.
Você já se sentiu ou foi julgada alguma vez por terceiros ou se julgou em relação à sua aparência? Conte-nos suas experiências.
Aline: Sim, eu me julgo, pois me incomodam muito as estrias que ganhei na gravidez. Isto é um problema que me afeta bastante.
Luciane: Sim. Acredito que qualquer mulher já tenha passado por isso. Somos muito cobradas pela sociedade e, na maioria das vezes, por outras mulheres que reparam no cabelo, nas unhas, peso, etc.
Cristina: Sim, muito julgada, pelo meu marido. Ele fez muitas cobranças, principalmente naquele momento que comentei antes (na adolescência das minhas filhas). Ele sempre olhou pra mim e me cobrou muito este cuidado comigo mesma, sempre quis que eu estivesse bem e bonita, tanto em questão de saúde, quanto de beleza. Foi muito angustiante, porque eu me dei conta de que aquela mulher que deixou de olhar pra si num período difícil precisava voltar a se olhar. Entendi que o julgamento dessas pessoas fazia sentido.
Também me lembro de um outro momento difícil nesse sentido. A minha primeira filha chorava muito quando recém nascida. Chorava dia e noite, de cólicas. E eu ficava exausta. Não dormia e não me alimentava. As pessoas me cobravam, pois eu esquecia coisas básicas, como por exemplo onde tinha largado objetos dentro de casa. Fiquei muito cansada nos primeiros meses dela. E as pessoas cobravam atitudes de mim. Nem sempre em relação à estética, mas foi um período difícil.
O que você acha das mães que param de se arrumam depois que tem filhos?
Aline: Acredito que as mulheres não devem perder sua autoestima depois de terem filhos. Elas devem pensar nelas também e terem momentos para si; devem se arrumar e serem confiantes, pois isso reflete na vida de toda a família.
Luciane: Acredito que é bem comum que isso aconteça, pois é bem trabalhoso ter filhos, trabalhar, conciliar a casa e ainda ser uma boa esposa. Muitas vezes as mulheres se doam tanto aos outros e acabam esquecendo-se de cuidar de si mesmas.
Cristina: Desejo que elas acordem para si próprias! Pois isso é extremamente necessário, olhar para si como mulher. A maternidade veio para acrescentar na nossa vida, para sermos beneficiadas, então não se pode deixar de ser mulher. Isso para mim ficou bem claro na minha primeira gravidez: eu não podia deixar de ser mulher para ser só mãe. Você precisa dar atenção para o seu marido e para outras pessoas também e não deixar os amigos de lado, não deixar sua vida de lado, não deixar as coisas que são essenciais pra ti. As mudanças da maternidade têm que ser para melhor.
Você acredita que é possível separar sua ‘identidade’ de mãe da sua ‘identidade’ de mulher?
Aline: Sim, mas no meu caso foi só após um período em que minha filha já tinha um pouco mais de independência. Quando ela era muito pequena era difícil para se cuidar, cuidar dela e da casa.
Luciane: Não. As mulheres têm uma porção de sentimentos misturados, sonhos e projetos a alcançar, são fortes e delicadas ao mesmo tempo e acredito que ser mãe é uma parte de um todo que é a mulher.
Cristina: É possível separar tranquilamente, lembrando que uma questão complementa a outra. A mulher não vai deixar de ser mulher na essência para viver a maternidade. É bem possível separar isso. Até porque temos outros projetos, como carreira e trabalho. E nesses outros projetos, o papel de mãe não pode ser confundido. São caminhos que se encontram, mas cada questão é bem definida. Você não vai deixar de ser mulher porque é mãe.
Muitas vezes me esforcei para sair sozinha com meu marido e deixei minhas filhas com pessoas de confiança, pois precisava aproveitar meu lado mulher, companheira, esposa, namorada. Não me arrependo disso, porque sempre deixei minhas filhas bem amparadas nesses momentos. Sempre prezava a segurança e o bem delas, mas, após assegurar isso, procurava ter momentos de lazer, relaxar e me divertir com meu esposo. Nesses momentos eu deixava de ser mãe par ser mulher.
Você já teve a sensação de esquecer que é também mulher e não somente mãe?
Aline: No início sim, mas depois senti a necessidade de cuidar de mim também, de me arrumar e de me sentir confiante, e isto refletiu na convivência entre eu e meu marido, melhorando a nossa relação.
Luciane: Ainda não, meu esposo me valoriza e me ajuda muito nisso!
Cristina: Sim, já. No período mais crítico que mencionei antes, na adolescência das minhas filhas. Deixei também meu esposo um pouco de lado. E quando me dei conta, não estava cuidando de mim, nem do meu relacionamento. Foram momentos difíceis mais foram superados.
Quer acrescentar alguma informação que considera importante, mas que não foi questionada aqui?
Aline: Acredito que ter um parceiro que te apoie, levante a sua autoestima, te ajude e te faça sentir bem é fundamental para que você enfrente esse processo que é se tornar uma mãe.
Em minha opinião, ter um filho quando você ainda é jovem não significa o fim de um sonho de carreira, de trabalhar, de estudar. Na verdade, é o começo de tudo. É aquilo que te dará o impulso e a vontade de se tornar uma pessoa cada vez melhor. Não só por você, mas por essa nova vida que é de sua responsabilidade. Eu adquiri muito mais coisas e tive muito mais vontade de conquista-las depois que minha filha nasceu. Ela é a base de tudo na minha vida.
Luciane: Às vezes imaginamos como é ser mãe, mas é algo que o Senhor preparou para nós mulheres. É algo grande, imenso, que nos envolve e nos dá um amor pelos filhos tão grande que só não é maior do que o amor d’Ele como Pai por nós.
Cristina: Não imagino a minha vida sem ter passado pela maternidade. Ela me completa, faz parte da minha essência, da minha vida, de todos os detalhes, de ser uma mulher plena.
E você? Se identificou com as histórias de vida dessas mulheres? Podemos dizer que ser mãe é um desafio apavorante e maravilhoso!
E por sabermos o quão impressionantes, incríveis e superpoderosas as mães são, preparamos uma promoção que você não pode perder.
Queremos te ajudar a sempre manter seu lado mulher presente! Confere aí a promoção que a gente preparou com todo o amor e carinho.
E feliz dia das mães, mulheres extraordinárias!
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